VOO DE ÁGUIA



Cessem, vozes nocivas!
Calem, línguas ferinas!
Preciso ouvir o que me rodeia,
preciso ouvir a voz,
aquela voz que emana do meio do silêncio.
Algo me diz que ela me trará paz
Será? Quem me dirá?
Sinto a voz se aproximar...
Ela não vem sozinha
Vem acompanhada
Vem cantarolando
Com uma história na mão.
Oh! Voz, para onde levas essa história?
Ela me diz que leva àquele que precisa escutar.
Será eu?
Sim. Sou eu.
Preciso escutar o que tu trazes, doce voz.
O que tu queres que eu faça? Para onde vais me levar?
Não! Para lá, não! Lá tem um abismo!
Pularemos, juntos – me diz ela.
Precisas pular para que tuas asas cresçam
Tu já não és simplesmente andorinha,
Tu és águia! Tuas asas precisam crescer;
Eis que eu te dou um consolo:
Voar mais alto.
Teu voo te trará sossego
Irás esquecer toda dor, toda obscuridade
E voarás cada dia mais alto, alto.

(Noac Almeida)

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Conhecendo

Uma das mais fascinantes expressões do ser humano é a palavra. A mente tece cenas, a palavra cria asas, em murmúrios o papel em tudo concede. Indagações, em frases soltas, atravessa o passado e o túnel do tempo, pairando na consonância do presente. Exprime em metáforas, dedilha a alma humana, na arte do palavrear.

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